Quem somos?


Programa I: Juventude, Participação e Autonomia - JPA
 
a) Objetivo:
Contribuir para o empoderamento da juventude amazônica, fortalecendo e ampliando ações individuais e coletivas pela promoção e garantia de seus direitos
 
b) Histórico do programa
Quase onze anos de atuação com o segmento juvenil sentimos necessidade de ampliar e fortalecer o seu protagonismo para além dos espaços formativos e criar as condições possíveis para estendê-lo na comunidade onde moram, desenvolvendo ações efetivas de melhoria dessa comunidade. A idéia de desencadear um processo que articulasse juventude, participação e autonomia, surgiu durante a realização do curso Cultura de Direitos e Participação Juvenil, promovido pela Unipop em 2007, do qual participaram 28 Jovens, na faixa etária de 16 a 24 anos, oriundos de diversos bairros e municípios da RMB.
No percurso dos processos formativos do referido curso foram criados espaços de vivência para que os jovens compreendessem melhor o sentido de suas ações e por meio dos estudos feitos, problematizassem situações observadas nas suas comunidades e o que poderia ser feito para que fossem solucionadas ou pelo menos enfrentadas. O exercício da problematização e da identificação de causa e efeito dos problemas nos bairros, levou a uma mudança qualitativa de atitude e de tomada de iniciativa tanto no planejamento quanto na execução das atividades e dos resultados obtidos. A primeira lição aprendida nesse processo foi perceber a importância de articular as dimensões política, pedagógica, ambiental e sociocultural contidas nesta proposta de formação, principalmente pela resposta imediata dos/as jovens quanto ao comprometimento, responsabilidade e doação para o sucesso coletivo. 
A partir dessa percepção foi possibilitado a eles e elas uma oficina sobre Elaboração de Projetos, que teve por objetivo fazer com que os jovens após analisarem uma situação-problema em sua comunidade se desafiassem a enfrentá-la, propondo ações concretas, via elaboração de um projeto coordenado por eles, mas envolvendo outras pessoas da comunidade. Os 25 jovens dessas 5 comunidades (Tapanã, Benguí, Terra Firme, Barreiro e Ilha de Cotijuba) se disponibilizaram a desenvolver um projeto e receberam a assessoria técnica da UNIPOP na elaboração e no monitoramento da execução, estimulando seu protagonismo. Os/as jovens dos bairros de Terra Firme e Barreiro resolveram desenvolver o mesmo projeto, respeitando as diferenças de seus respectivos bairros.
 
A partir dessa experiência, a UNIPOP continuou criando condições e espaços para o exercício concreto do que chamamos protagonismo juvenil, promovendo no 1º semestre de 2008, o curso Juventude, Participação e Autonomia, em “homenagem” a coragem e ousadia dos 25 jovens, que reafirmaram sua capacidade de ser protagonista de ações afirmativas. Neste curso, além dos jovens de 2007, dando continuidade ao seu processo formativo, incluímos mais 15 novas lideranças jovens de 03 comunidades da RMB que foram mobilizados a participar.
A partir do intercâmbio entre os participantes de 2007 e 2008, novas idéias foram surgindo para mobilização de outros grupos/instituições e jovens de suas comunidades, visando agregar mais força na dinamização do trabalho e realização de ações concretas na comunidade. A proposta seria realizar dois movimentos formativos: um com o grupo de lideranças no espaço da UNIPOP e outro com os grupos nas próprias comunidades, tendo o contexto local como referencial para o desenvolvimento dos processos formativos e as lideranças como coordenadores das ações.
 
O desafio envolveu a colaboração de educadores da UNIPOP e da comunidade, além de parcerias com as instituições locais, o que deu mais legitimidade às iniciativas desses grupos para a proposição de políticas publicas para melhoria das condições de vida local.
Em 2009, a proposta se ampliou para mais 3 comunidades, passando para 11 (09 na RMB (Marambaia, Telégrafo, Barreiro, Cremação, Terra Firme, Benguí, Ilha de Cotijuba, Tapanã, município de Ananindeua, além do grupo das novas lideranças na UNIPOP) e 02 em cidades/municípios de Santarém e Altamira a partir de articulações com a Rede FAOR e a REJUMA e apoio do GTF/DFID e FNS/CNBB), estando estas em processo inicial de articulação e formação. Esse processo vem se articulando com o Coletivo Jovem pelo Meio Ambiente - CJ, com a revista Viração, estimulando o debate sobre comunicação e com a Rede Sou de Atitude, Rede Vitória Régia  para que possam dialogar com jovens de outros estados e municípios que também querem abraçar uma causa e fazer a diferença.
 
Um outro processo de formação de jovens está relacionada á questão ambiental. Desde a primeira Conferência Infanto-juvenil pelo Meio Ambiente, a UNIPOP, em conjunto com outras ONGs e movimentos sociais e em parceria com a Secretaria Estadual de Educação coordenou a mobilização das escolas para participarem da Conferência. Da continuidade das conferências escolares, surge a COM-VIDA (Comissão de Meio Ambiente e Qualidade de Vida na Escola – Agenda 21 na Escola), que segue a orientação da Carta “Jovens Cuidando do Brasil”, confeccionada na I CNIJMA em 2003, dando voz à reivindicação infanto-juvenil por esse espaço.
 
A COM-VIDA traz às nossas escolas e comunidades do interior um importante espaço de diálogo do segmento infanto-juvenil pelo meio ambiente a partir do aprender a cuidar de si e do seu entorno, começando pela preservação do espaço escolar e da melhoria das condições da comunidade no entorno. A continuidade da mobilização, a sensibilização dos adolescentes e jovens para instalação das COM-VIDAS possibilita debates, reflexões sobre a história de vida do lugar e da realidade amazônica a partir do currículo das escolas. Em muitas delas conseguimos sensibilizar o gestor e educadores, mas faz-se necessário um trabalho permanente para fortalecer uma nova cultura política de participação.
Em 2008, para o processo de construção e fortalecimento de COM-VIDAs, o CJ-PA teve aprovado o projeto “COM-VIDAs pelo Pará” junto ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE, por meio de edital. que nos possibilitou mobilizar 14 municípios e mais de 30 escolas participantes da II CNIJMA, e envolver mais de 600 jovens no debate.
 
 
Com esses dois processos, em 2009, nossa atuação com a juventude se deu em 08 comunidades da RMB e em 22 municípios por meio do CJ. No segundo semestre vamos acompanhar o processo de implantação dos projetos dos/as jovens nas comunidades, e dos COM-VIDAS nas escolas, estimulando parcerias institucionais locais e/ou externas para que as ações propostas por eles e elas, se concretizem, mobilizando outros jovens e inserindo-os nos processos formativos realizados simultaneamente nas comunidades e escolas.
 
Para 2010, queremos ampliar para mais sete comunidades na RMB e mais 10 municípios, fortalecendo os grupos envolvidos. Em 2011 e 2012, pretendemos não mais ampliar, mas consolidar a formação continuada com as lideranças dessas comunidades e escolas e efetivar o monitoramento das suas ações, estimulando sua organização para uma atuação em rede e uma participação ampliada e qualificada nos Conselhos de Politicas Publicas e nos conselhos escolares das escolas onde estudam.
Se possível, queremos envolver as famílias para que os/as jovens se sintam mais apoiados. Será feito o registro desse processo para que se constitua, no final do período, numa publicação, inclusive com artigos e depoimentos dos jovens na perspectiva de sua socialização e de seu empoderamento para uma ação mais efetiva pela transformação social.
 
Será trabalhada uma metodologia que possibilite a todos os grupos de jovens o desenvolvimento de habilidades comunicacionais: oral, escrita, leitura, acesso a internet e tecnologia da informação; desenvolvimento de identidade grupal; o desenvolvimento de sua espiritualidade fundamentada no ecumenismo e no diálogo inter-religioso – relação com o sagrado e com as crenças; o estímulo a sua criatividade pelo percurso da arte-educação; e o estímulo ao desenvolvimento de habilidades atitudinais fundamentadas nos Dhesca(s) e na educação para valores (relacional, cognitivo e afetivo-solidário)
 
O público prioritário deste programa são jovens de bairros periféricos da Região Metropolitana de Belém, na faixa etária de 16 a 24 anos, que saibam ler e escrever e demonstrem interesse em participar de processos formativos e junto às escolas públicas de vários municípios do Estado do Pará, a mobilização e formação se dá com adolescentes e jovens estudantes de 12 a 16 anos, que estão no Ensino Fundamental, para construção de COM-VIDAS, sensibilizando-os ao desenvolvimento de uma consciência socioambiental e serem agentes pela defesa do meio ambiente.

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